Poética

I

Escrever

Quando escrevo,
sou o oráculo de
mim próprio

Desconheço-me e
adivinho-me em
todas as palavras

E se no final pouco ou
nada mais sei, é porque
sou apenas um presságio

II

Amar

O meu primeiro amor foi
o meu último amor,
e a partir daí nada mudou

todos os meus amores são
sempre o primeiro e o último,
não me perguntem porquê.