Pinga-amor

O amor é,
em mim,
uma torneira
irremediavelmente
avariada.
Pinga dia e noite,
teimosa,
e nada posso fazer,
paciência.
Mas às vezes, confesso,
fico furioso,
e aperto-a
com toda a força.
Depois, fico com medo
de a estragar de vez,
de não mais
a poder abrir,
e paro.
A verdade é que
eu não ia querer
que isso acontecesse.