Sentado, nada fazendo

Sente-se, diz-me,
e eu deito-me,
ou reclino-me,
nem sei bem e,
pouco depois,
fico em silêncio,
olhando para fora de mim,
de boca bem aberta,
crispado, tenso,
mas também tranquilo, liberto e,
ao mesmo tempo,
por mais estranho que pareça,
muito perto de mim mesmo.

[Sentado na cadeira do dentista, nada fazendo, interroguei-me se haveria situação menos poética, e quando cheguei a casa escrevi este poema que de alguma forma relata essa experiência. Não é, no entanto, uma resposta a essa pergunta, é ele mesmo uma nova pergunta.]